de todas as solidoes que o homem pode sentir, certamente a solidao dos astronautas é a maior delas. É esse solitário o astronauta, longe de toda a vida, e por isso deve ser o mais solitário de todos os solitários. Simplesmente estar só na terra é um mar de tristeza. Simplesmente estar só numa fazenda ou num quarto de hotel, não é como estar só no espaço. Imagine-se estar desligado de cabos lançado ao imenso nada que é tudo! Serão os existencialistas astronautas? Talvez; uma condição de solidão para reparar melhor em tudo, sem talvez poder reparar porque é preciso ter muito barulho para que se possa reparar, pois estamos velhos, pois estamos a acostumados com determinados jeitos, inclusive o jeito de se reparar nas coisas. E tem um momento lá pro fim dessa solidão em que é necessário alguém se agredir, quase um deixar-se ser pego pela onda dos acontecimentos e deixar com isso o corpo ser derrubado e inundado pelos imprevistos. Eu me lanço ao mar como quem navega depois! porque já reconheço as velhas ondas, e dessa vez eu uso elas, meu jeito próprio de mexer e aproveitar do meio, superando-o. Aperceba-se que o contato com as sensações são o primeiro encontro com o que não é si mesmo, são elas que mostram onde termina um pedaço de nós para começar o além-fronteira. Depois disso vem estágios mais complexos, que é o encontro com as idéias dos outros. Elas são tão complexas que são exatamente elas que nos levariam outrora a retroceder ao estágio zero! é depois de superá-la, que se tem o amor, uma forma talvez de colocar pra dentro a sensação de tão familiar que ela é. Os que estão no estágio zero, são os astronautas!
Porém, poderemos viver o astronauta muitas vezes ainda sem necessariamente estarmos no estágio zero! Somos prematuros e atrasados em demasia em coisas demais!
Porém, poderemos viver o astronauta muitas vezes ainda sem necessariamente estarmos no estágio zero! Somos prematuros e atrasados em demasia em coisas demais!
Savio
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