O que eu sinto e penso quando caminho pelas ruas, é um resumo do que sinto e penso quando caminho pela vida toda. Eu carrego uma carga de tentativas, não sinto antes tamanha convicção como sentia na infância, quando os dragões das histórias eram vencidos na minha imaginação e eu só, dentro do quarto. O que sinto antes não me parece uma grande questão quando esses monstros ressurgem. Tenho tentado vencer grandes paradigmas, tenho tentado vencer grandes questões!
Estive numa investida contra as injustiças, estive também em investidas de outras reivindicações. Eu fui até a praça. Domingo de tarde. A cidade parada. Chegaram alguns poucos pra acompanhar, quase nenhum, como os que lerão essa postagem. O resto esteve sem motivo, sem razão que os levassem a se levantar. Toda a gente está contaminada com isso. Esqueceram-se dos dragões. Eu, como disse, não sinto antes o que venho a sentir em instantes de atitude. A adrenalina não vem com a decisão. A decisão está em outro patamar. O que eu carrego é a iniciativa. A vontade de experimentar. Talvez faltou o brilho que me fizesse desejar, mas nem tudo tem um artista que fizesse a comida parecer saborosa como na foto. Na verdade, as coisas que realmente interessam descobrimos tropeçando nelas, quando partimos pra outras. Ficamos no meio do caminho quase sempre, terminamos os pretextos, as atitudes verdadeiras estão perdidas esperando que demos a atenção devida.
(Sávio)
Um comentário:
Por ser uma aproximação tão direta do real, genial.
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