quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cuidado! - Goethe

"O mal da vida cabe entre nossos braços e abraços."

Goethe

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Nossos Sonhos

Tem algo entre mim e os meus sonhos que ninguém entende, e toda a minha agressividade assegura isso, fazendo-me passar por ignorante ou qualquer coisa do gênero; mas eu e meus sonhos temos nossa própria intimidade!

Devo fazer o que, se não navegar mar adentro? O desastre estará não nesse avanço, mas na timidez de permanecer...

(savio)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

controle

O controle de alguma coisa e a parcela em que ela mais aparece como funcional, como algo que serve a algo. Nao ter controle sobre algo e nao ter esse algo sob nenhuma perspectiva plausivel! - E' assim que nossos pensamentos querem crer, mas sera mesmo? Ou sera ainda que teremos de passar por outra perspectiva dessa palavra, 'controle'? O controle de algo e estarmos aptos a ter esse algo quando precisarmos? Ou ainda, ter essa coisa como a desejamos? Que por sinal parece mais que simplesmente te-la segundo a necessidade, mas algo que transcende nossa propria presença.
Quando olhamos para um homem caminhando com seu cao, observo que o 'dono' parece controlar o cao. O dono ai tera o controle porque quer, e faz assim como quer com o cao, e ainda o cao estara somente onde ele prever, mesmo porque se o cao fugir sera um alarde. Agora, o controle sobre um filho, parece estar para alem de te-lo em casa sob sua otica, mas ter algo compartilhado com ele que o leva para sua propria vida com uma cor de ceu so dele! A cor do ceu, que seja um outro tom da cor do ceu de sua familia. Aqueles primeiros herois, cheios de suas caracteristicas tao proprias. O controle nesse nivel parece ser um controle de cuidar. Cuidar e um controle entao? Ou tera caracteristicas do controle?
Se cuida quando se quer? Se cuidarmos de um estranho, que cruza nosso caminho em uma rua qualquer em uma hora qualquer, ele querera ser cuidado? Me parece que nao, mas parece que seria sim se a pergunta se tratasse de cuidar de alguem conhecido. Cuidar ai seria ter controle por um certo aspecto. O controle seria uma forma de ser controlado tambem, o envolvimento, onde ambos se controlam, e isso acontece por diferentes instanceas, onde a funcao familia serviria como ferramenta essencial para uns, e a palavra namoro para outros, e as pessoas acabam se precisando e tentando manter esse controle. O pudor do controle nao parece ser algo real, o medo que causa a necessidade de controle parece forte demais, a ponto de causar essa mesma necessidade. Antes, o pudor se torna uma ferramenta para a propria pratica daquilo que pudora! Teremos o controle daquilo que conseguirmos tranquilizar no coracao. Nunca teremos controle em mar aberto, que seria o proprio descontrole de tudo.
O controle devastara ao horizonte tudo, conquistando cada aldeia, oprimindo cada aldeao, e depois de tudo, depois de todos os horizontes, depois de todas as fronteiras quebradas, os mares povoavam os coracoes, carregando o humano para as mais arduas contradicoes.
(estara terminado?)
(savio)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

PEQUENOS FINS OU UMA CANÇÃO DE DESAPEGO - Dheyne de Souza

Quero cobrir-te o rosto de adeuses, riscar nas linhas de tuas maçãs pecados nunca inclusos, roçar tão de leve tuas resistências e partir tão suave teus soluços de infância, tuas queixas dormidas em becos escuros, tuas angústias franzidas em velas de alecrim, tuas ironias frágeis, oscilantes, os vãos dos objetos caídos de teu colo, como pérolas no leite, folhas secas no outono, feito camaleão na tua pele escorregarei baixinho despedidas bem sutis. Para que não te apercebas do sono vívido e do calor solitário que a madrugada traz, o frescor inválido mas frescor, a luminosidade que às vezes a lua veste, tão sorrateira correrei tuas veias como um rio que vigia esperas, comuns lírios pregueando teus cílios, como madeixas te soprando o dorso. E não verás em meu rosto teus olhos fechados, e não terás imagens nem poesia nem noite senão uma lembrança apagada e insônia. E mesmo quando, por último, te colar os lábios derramando fins em um silêncio gordo, não ouvirás nem leve o meu sussurro mudo gritando aos urros a falta de aldravas, cairei à porta

exausta

de desapego.