segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A beleza feminina - Graciliano Ramos

Tão doente quanto as flores mal cheirosas! Na hora em que podia prestar socorro à vida, a beleza feminina não tem argumentos. Não vira bóia que se atira ao náufrago. Já serviu (não serve mais) de recurso retórico para expressar o desejo carnal. Hoje, é foice imantada pelo diabo e afiada pelo espectro da morte. Deixo-me seduzir pelo fio de sua navalha, como quem solta um grito. De redenção!

(Graciliano Ramos)

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