quarta-feira, 21 de outubro de 2009

a morte de Cyrano - do filme

Tarde demais.
Vou subir na lua brilhante,
mais uma alma que eu amo e que deve exilar-me.
Reencontrarei Sócrates e Galileu.
Filósofo, físico,
poeta, soldado
músico. E viajante dos ares.
Bom de respostas rápidas.
Amante também, mas não de si mesmo.
Um Hercule Savinien
de Cyrano de Bergerac.
Que foi tudo, e não foi nada.
Mas eu me vou,
me perdoem
não posso esperar.
Vêem? Um raio de lua vem me buscar.
Não me impeçam.
Está nas árvores.
Ela vem.
Posso ver sua beleza de mármore.
Vestida de chumbo.

Já que está lá irei de encontro a ela.
Com a espada na mão.
Eu lhe digo, é um clichê! É inútil!
Mas sei que sua resposta será não.
é bonito ainda que seja inútil.
Quem são todos aqueles ali?
São os mil?
Eu os reconheço todos os meus velhos inimigos.
as mentiras, as covardias, os compromissos.
Sei que no final irá me derrotar,
não me importo!
Me debato! Me debato!
Me debato!
Me arranque tudo,
os louros e a rosa.
Arranque! Você ainda tem alguma coisa que me importa.
Essa noite, quando entrar na casa de Deus,
minha saúde varrerá os portões azuis.
Nenhuma coisa sem uma dobra, sem uma mancha, me importa apesar de você
meu penacho...

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